sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Esta não tem nada de relâmpago

E não tem mesmo. Fui aprendendo a não desgostar. Fui aceitando a sua beleza. Fui deixando entrar uma nova imagem. E não é que agora adoro visitá-la! É mesmo gira!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ideias Concretas

O desafio foi lançado, no mesmo momento as ideias começaram a fervilhar.......... depois vieram as noites em branco, porque a cebecinha não conseguia desligar o botão.
Tudo colocado nos seus lugares, arestas limadas, pontas definidas, mãos à obra, projetos realizados e o resultado foi este!

As fotos só são possiveis graças ao excelente trabalho do grande Sérgio, sem duvida um grande fotógrafo!

Adorei desenvolver este trabalho................ fui tão, mas tão feliz por estes dias!!! Obrigada Sofia.









quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Eu tambem sou do tempo...

Impossivel não partilhar, este texto da grande Polo Norte


... em que os pais faziam dos dentes de leite que nos caíam peças de joalharia e que a Fada dos Dentes ainda não tinha sido inventada. Que a Catarina Furtado era um sex symbol e não embaixadora da Boa Vonade. Em que apanhar piolhos na escola era uma inevitabilidade e não uma vergonha.Que todas as crianças sonhavam em ser Power-Rangers! (E sempre o vermelho). Em que brincar na terra não envolvia o uso de desinfectantes anti-bacterianos. Sou do tempo em que bebíamos groselha e capilé e delirávamos. Em que não haviam vôos directos Lisboa-Porto e tinha que gramar o Campo das Cebolas e mais autocarros da Renex. Em que a Ana Malhoa era apresentadora de programas infantis e não um sex symbol da música pimba. Sou do tempo em que se usavam os verdadeiros Kispo™, sem o menor sentido de estilo. Sou do tempo das saias para dançar lambada. 
Em que existia uma personagem híbrida e com um ar macabro chamada Badaró. Em que levei com pó de talco no rabo nas mudas de fralda (agora é prejudicial, porque o bebé pode inalar o pó...). Em que quando alguém dizia "han?" se respondia "Crisan!". Eu sou do tempo em que os cromos não eram autocolantes. Em que usar verniz rosa ou vermelho nas unhas era foleiro e a minha mãe guardava os vernizes no frigorífico. Eu sou do tempo dos kalkitos. Em que se usavam Colibris (as antecessoras das Melissas) mas só para crianças (sim, que aquilo era plástico e plástico não era para gente adulta). 
Eu sou do tempo do Caprisone. Em que as únicas boys band existentes eram os Bros e os New Kids on the Block. Eu sou do tempo em que se dava óleo de fígado de bacalhau e mioleira às crianças. Em que o Luis Pereira de Sousa tinha bigode. E o Goucha também, Ah, e que o Goucha era heterossexual e namorado provável da Teresa Guilherme. Eu sou do tempo em que só havia um canal de televisão, cuja emissão era iniciada às 6 e meia da tarde.  Em que levávamos reguadas se falhássemos a tabuada (a do Ratinho).  
Sou do tempo em que se tomava Vi Dailin como xarope vitamínico. Em que misturar padrões na roupa era um escândalo. Em que o menino da lágrima ou a Anita a segurar um cãozinho ornamentavam uma parede de casa, sem ser motivo de chacota. Em que éramos criados pelos avós, à maneira deles e era bem bom. Eu sou do tempo em que os campeonatos do Mundo de futebol davam origem a desenhos animados (vide Campeonato do Mundo de Espanha e o seu Naranjito). Em que se comiam carcaças com manteiga e açúcar e era um petisco. Eu sou do tempo do Walkman.  E do Spectrum +2 com cassetes.
Eu sou do tempo em que passava o Vitinho na RTP2.  Em que a TVI era da Igreja e passava filmes pornográficos às 18h. Em que o expoente máximo do reality show era ouvir a vizinha de cima a "receber" o ex-marido a altas horas da noite. Eu sou do tempo em que no Verão nos sentávamos todos juntos na aldeia para desfolhar milho. Sou do tempo do Lecas. Em que internet, blogs, bloggers, facebook e chats eram merdas do Júlio Verne, do Phillip K. Dick, do Ray Bradbury e afins e não o pão nosso de cada dia. Em que os naperons não eram um apontamento kitsh- eram mesmo decorativos. Eu sou do tempo em que se apanhavam os "sarampos" todos e se sobreviva. Sou do tempo em que se bebia leite vitaminado grátis na hora do recreio da escola primária e em que as senhoras do lactário iam fazer o teste do flúor às escolas. 
Sou do tempo em que as grávidas podiam pintar os cabelos, as unhas e não havia toxoplasmose. Eu sou do tempo em que os passatempos de uma criança de 12 anos se resumiam a jogar ao berlinde e ao elástico, a jogar ao quente-e-frio, saltar à corda, brincar com bolas saltitonas, pega-monstros, ao mata, às escondidas, à cirumba e à macaca (com giz pintado no alcatrão) e pouco mais. Sou do tempo das Petas Zetas. Eu sou do tempo em que poupávamos um ano inteiro para passar 15 dias de férias no Algarve. Em que ficava fechada em casa na sexta à noite a ver os jogos sem fronteira e o Dennis a apitar e a contar em francês para o início dos jogos. 
Sou do tempo em que havia bibliotecas itinerantes em carrinhas castanhas. Em que se saltava à fogueira na altura dos santos populares. Em que se colocavam as pilhas no congelador para recarregarem (mesmo não acontecendo) ao pé de colares fluorescentes que se compravam nas feiras e brilhavam no escuro. Sou do tempo do Alô-alô. Em que o Freddy Krueger metia mesmo medo. Sou do tempo em que o Júlio Isidro era o Tio Júlio e que o Avô Cantigas podia ser cantor infantil e pegar meninos ao colo sem temer ser acusado de pedofilia. Em que o amolador me acordava aos sábados de manhã. Sou do tempo em que o Zé Figueiras tinha um brinco na orelha e apresentava o "Muita Lôco" com uma partner chamada Paulina, que tinha obesidade mórbida. Em que se ofereciam pulseiras de ouro com medalhinhas onde se lia "amor de madrinha" e éramos mesmo obrigados a andar com elas. Em que comia pastilhas super-gorila e ficava com a boca cheia até não poder mais.  
Eu sou do tempo em que os gelados se faziam em casa com leite e umas saquetas que se vendiam no supermercado (tipo pudim). Em que os vestidos das meninas tinham mangas de balão e folhos. Em que se apanhavam bebedeiras de Gold Strike. Eu sou do tempo em que aos domingos a família comia toda junta.  Eu sou do tempo em que a Vera Roquette mandava lá em casa, depois do almoço.  Em que o Pedro Mourinho apresentava o "caderno diário". Eu sou do tempo em que os pais tinham revistas pornográficas escondidas debaixo do estrado da cama e as cassetes pôrno na parte de cima do guarda-fatos. Eu sou do tempo em que as crianças iam de pé no carro entre os dois bancos da frente. Em que o Hugo Leal era um jogador de futebol famoso. Em que os gelados se dividiam entre os gelados de leite (os preferidos das mães) e os gelados de água (os nossos preferidos). Eu sou do tempo em que se brincava na rua até virem as mães todas à janela (gritar) chamar para jantar, a que se seguia um "já vou... quando a Ana for eu subo". Em que se telefonava antes de sair de casa a combinar uma coisa e não era preciso ligar mais 10 vezes e mandar 20 sms a fazer ajustes. 
Sou do tempo em que os ecrãs das televisões a preto e branco se protegiam com uma película de celofane azul. Em que se fazia chamadas ao calhas para números da lista telefónica a dizer "Fala da casa do senhor Leitão? É para dizer que já foi promovido a porco" ou "Está em linha? Então afaste-se que vem aí o comboio!". Sou do tempo em que se jogava ao bate-pé, ao quarto escuro e ao verdade ou consequência. Eu ainda sou do tempo  em que o ponto de encontro na praia, era a Bola Nívea Azul. Em que tínhamos de gramar com as reuniões da tupperware com a nossa mãe, mas gostávamos dos brindes e dos bolinhos no final. 
Eu ainda sou do tempo das bombocas. E dos beijinhos de açúcar. Eu sou do tempo em que as canetas mollin não tinha furinhos na tampa. Em que havia Feira Popular, onde eu ia comer farturas, beber batidos de ananás e encarnar o Demo na pista dos carrinhos de choque e no Ranger. E em que os empregados de mesa saiam para as portas dos restaurantes de frango a puxarem os clientes. Em que se faziam telefones com copos de papel e fio impregnado de parafina.  Sou do tempo em que as bicicletas eram todas BMX. E do tempo do anúncio: "quantos Polos conhece menina? 3: Polo Norte, Polo Sul e Polilon!". Sou do tempo em que as pessoas que diziam "Eu ainda sou do tempo" eram nitidamente mais velhas que eu e não da minha idade.